Não...
Não quero partilhar da mesa dos corretos novamente.
Seus alimentos são letais,
A bondade não lhes é inocente.
O veneno ainda corre em minhas veias.
Caminho a passos largos na rua dos sofridos.
Sofridos, inqualificados e desajeitados .
Não desejo mostrar algo bom.
Não seria justo apagar as rugas do meu coração...
Amadureço minha dor adolescente,
E desejo abrir as madrugadas expostas do meu ser.
Envelheci no mundo de dor e negras manhãs que vivo .
Não esconderei as olheiras da amargura,
Nem lhes imputarei as dores que foram causadas.
Meus sorrisos sombrios serão meu maior presente.
Rodearam-me da poluição diurna.
Não abandonarei minhas dores
Bebo minhas angustias
Apodreceremos juntos até o fim...
A morbidez é a água dos que seguem sem rumo...