No silêncio das palavras não ditas
na frieza de um olhar que se desvia
mora a indiferença sorrateira
corações que carregam terra fria
Como folhas secas ao vento, dispersas
assim são os afetos ignorados
ecos de um amor que não se escuta
sentires que caminham separados
Num mundo onde o sentir é fruto raro
a indiferença são silêncios que não falam
erguendo-se um muro invisível
entre almas que sofrem e se calam
Mas ainda há esperança na penumbra
num gesto pequeno, que reluz
que rompa a barreira da indiferença
e se acenda na escuridão, uma luz.
Gil Moura