Não sinto nada.
Nem um mísero sopro,
um arrepio,
uma faísca,
Nada!
Orei a Deus, olhei pro céu —
Existe alguém no azul?
Tem alguém aí?
Alôôô?
(E o eco responde:
só o vazio me escuta...)
Caminhante solitária
num grão de poeira flutuante,
rodopio no escuro do cosmo
sem mapa, sem chão,
sem voz.
Silêncio pesa mais que pedra.
Vaga a alma
como sombra sem corpo.
E no fim
talvez
exista algo no nada.
Uma semente adormecida.
Um Deus cansado.
Ou só eu...
me escutando.