Delírios poéticos

A solitude mora em meu ser

Sozinha a noite, estrelas acima e o breu sob meus pés, me pego pensando sobre tudo e nada ao mesmo tempo.

Sozinha a noite, não sei o que fazer

Se corro para longe ou se me afogo de vez nesse mar infinito que é o meu ser

Na verdade, acho que nunca conseguiria fugir... 

Sozinha a noite, vejo as pessoas sorrindo e sendo felizes, amores sendo notados, sonhos sendo criados e chego à conclusão de que estou por um triz 

Sozinha a noite, me pego encarando a mim mesma, sem mais forças para fugir, o abismo me encara de volta, a tempestade de dúvidas e medos me prendem aqui 

Sozinha a noite, o que será que vai acontecer? Sou arrastada e jogada para lugares que foram trancados tão profundamente que tenho dificuldade para acessar... mas me rendo   

Sozinha a noite, o barulho ao meu lado me tira da dor crescente e me lembra que preciso voltar, a felicidade não me alcança até o fim e por um momento me permito chorar 

Sozinha a noite, as lágrimas descem descontroladas, vejo pares de olhos me encarando do outro lado do espelho e consigo captar o pensamento ecoando em sua mente: \" o que eu devo fazer?\" 

Sozinha a noite, não sei se um dia eu conseguiria responder, então apenas encaro e me afasto, estou cansada da solitude que insiste em se apossar do meu ser. 

-Delírios poéticos