Taís Rocha

Soneto do silêncio e do amor ferido

Se tudo entre nós foi mal interpretado,
por que calar o que podia ser ponte?
O que é sincero não deve ser negado,
nem jogado ao abismo de um horizonte.

Não vim pedir que voltemos ao passado,
nem que o amor retorne em nova fonte.
Só quero o fim do adeus antecipado,
que o silêncio não seja nosso monte.

Fomos abrigo em meio à tempestade,
falhas tivemos, sim, mas com ternura.
O erro foi doer sem ter maldade.

Se for o fim, que venha com doçura,
com dignidade e alguma claridade.
Mas se puder, me olhe... e me escuta.