As artes nas galerias são eternas
Queimadas a fogo vivo virarão matéria
Algumas são novas, outras já muito velhas
Feitas de carne e artérias
Os pinceis já são tristes,
Pintam o nascer e o morrer dos infelizes
Suas quedas e suas falhas,
Seus amores e suas mágoas
Os quadros mostram em suas telas,
A visão dessas janelas,
Dos olhos de alguém consciente
Que grita e chora sua dor de dente
Então há de existir
Pinturas de eterna violência,
Aquelas que se negam a sumir
Não querendo o pesar da clemência
Mas dentro dessas pinturas,
Ainda que exista a tentação obscura,
O pincel corta as aberturas
No passar de cores azul-escuras