Da dor trouxe o silêncio.
Silenciei minhas dores na escuridão da minha alma.
A solidão acalma-me...
Só, sou eu...
Em multidão sou eus.
Vagando nas trevas do meu inconsciente,
Espero-me à porta de mim mesma...
Em minha angústia gritei sem voz
Nada ecoou além dos pensamentos sombrios.
Sinto a alegria triste invadir-me o ser.
É proibido expressar trevas
Eternamente escrava do sofrimento mudo.
Minha alma cansou...
Espero anestesiado o fim... a dor é parte de mim..
Não choro as lágrimas do perdedor
As águas caem pela desistência...
Ando ao redor do pior de mim,
Penetro em minhas profundezas tenebrosas
Lá, espero olhando o nada...
Nada mais há para secar as lágrimas do meu espírito.
Sentei-me à mesa dos justos.
Incessantemente procurei segui-los em seus devaneios.
Tentei alcançá-los em vão.
E amargurei-me em tentar ser como os que não o são.
Viajo aos meus despedaçados sonhos.
A utopia fascina e remenda as cicatrizes.
Sonho encontrar o Inatingível,
Morro reconstruindo meus mosaicos a cada dia.
A insônia dos angustiados é a minha sina.
Não nego meu ser aflito
Acalmo as neblinas de meus olhos
E vivo a certeza da eterna vaguidão...
Meus devaneios guardados dos Sãos.
Anseio esconder-me dos declarados corretos,
Seus venenos agonizam os mais fracos.
Suas correntes são negras como os olhos de suas almas.
Deles me distâncio na busca da estrada dos puros...
Puros das falsas bondades e obras...
Sigo em busca da luz que um dia poderá brilhar.
Antes que eu me apague por completo
E por pedaços que sou...
Minha escuridão... busca alguma luz do lado de fora.