te esperei nos brotos tímidos
que nasciam entre outonos meus
quando o frio ainda me abraçava
e o céu se fechava sem teus
gestos quentes e tão seus
te esperei na chuva leve
como quem espera a flor abrir
sabendo que a beleza chega
mesmo sem hora pra vir
mas sempre faz o meu peito sorrir
cada flor que via nascer
era um pedaço teu no vento
um sinal sutil da tua vinda
um aviso do encantamento
que viria sem julgamento
não reclamei das estações
porque cada uma te guardava
num cheiro, numa canção
e mesmo sem te ter, eu amava
o que em mim tu germinava
hoje és primavera inteira
nos olhos, no toque, no dia
e percebo: valeu a espera
pois o amor que hoje me guia
floresceu na tua poesia
2 maio 2025 (13:08)