SENTIMENTOS...
Como poderia eu falar
Desses sentimentos?
Como caos,como cama desarrumada
Como gaveta bagunçada
Tento por ordem
Nessa profusão de emoções
Uma matemática errada
Uma conclusão sem nexo
Um epílogo sem fim
Uma frase sem mim
Rebusco essa consciência
Tão desabitada
Do meu ego despedaçado
Cansado de inventar
Um desfecho almejado
Meu cálice virou
A angústia transbordou
A saudade reverberou
Cacos espalhados
Memórias derramadas
Como vertente que secou
Desses olhos que
Um dia marejou
Presente sem pretérito
Engodo de lembranças
Fuga desatinada
Dessa fome inacabada
De uma página
Por demais encantada
Perco- me em sonhos,
Confusos quem sabe,
Lugar nenhum
Labirinto de afetos
Que me perco
E não me faço desperto
Ora,se sonho,me transbordo
Se desperto,deserto sou
Nesse conflito de intenções
Prossigo como equilibrista
Para conciliar de vez
Essa alma tão aflita!