lariinu

Entrega Selvagem

Entrega selvagem

 

Que loucura você fez em mim,

e só de escrever já mergulho —

sem freio, sem pudor,

metendo a alma nessa saudade crua.

 

Penso em nós,

na nossa dança suada, suja, sagrada,

na fome dos teus olhos,

no jeito que me tomava —

como quem sabe que é dono,

como quem sabe que é lar.

 

Sinto tua falta,

principalmente porque sou fogo,

sou boca aberta de vontade, cheia de fome pelo desejo.

 

Você vinha em mim como quem ama,

como quem conhece o mapa do meu corpo.

 

Ah, como eu amava te sentir com meus lábios

Percorreu seu corpo, percorrer onde você sabe que eu gosto,

só de encostar —

duro, quente, pulsante,

eu deixava babado, molhado…

teu gosto na minha boca era prece, era vício.

 

E só de te olhar,

sentir teu cheiro,

eu virava maré alta —

molhada, escorrendo entre as coxas, como maré alta batendo numa pedra.

 

Tua língua em mim

era feitiço.

Desaguava na tua boca, jorrava,

sem medo, sem freio,

toda tua.

 

E você me devorava inteira.

Já disse inteira?

Boca, língua, seios, minha flor do prazer, meu calor, alma —

tudo era teu.

Tua saliva me reconhecia

antes da minha pele.

 

Ali, na foda suada,

No ritual do prazer

descobri que era amor.

Amor doido, amor carne,

amor que goza junto e grita.

 

Essa foi a loucura.

Só amei você.

E só você me fodeu assim.