Moon Dark

NADA MUDOU

Eu e meus intermináveis quase…
Quase desisto de escrever,
mas aí me lembro que é justamente o quase
que insiste em foder com a minha paz,
e, ironicamente, também é ele que me salva.

É o quase que me faz sentir,
entender, recuar,
e perceber que nem todo sentimento bonito
merece abrigo.

O que seria de nós sem um quase?
Tolos, carentes,
entregues demais àquilo que nunca nos quis por completo.
A gente chama de consideração,
eles chamam de conveniência —
e quando enjoam, enchem o c*…ase com promessas furadas.

Mas o quase é um aviso,
um empurrão disfarçado,
um tapa com luva de realidade.

Porque se não foi inteiro,
não foi amor, foi desejo passageiro.
E se doeu a saída,
imagina o estrago se eu tivesse ficado?