Como de costume,
o poeta se enreda.
Sou eu a amaldiçoada por cordas invisíveis
ou sou quem as tece?
Sempre o mesmo nó, o mesmo espinho.
Falta-me criatividade,
ou só escrevo o que dói?
Talvez devesse bordar cicatrizes inventadas,
quem sabe assim meus versos fossem mais vastos.
Mas às vezes me pergunto:
e se já o faço?
Se finjo tanto
que acabo sentindo?