Antonio Olivio

Soneto de libertação

Há uma prisão em brasas

Guardando meu coração

De noite ela se fecha em barras

A proteger-me da escuridão

 

De dia, se abre em asas 

Voando na amplidão

E todo meu ser extravasa 

De dentro da solidão

 

E assim, com uma volúpia calma

Chuva urgente, caindo em palmas

Como uma alegria aquecendo o frio

 

Para que eu possa sentir, sem traumas

O amor que aguardava o cio

Para fecundar a minha alma.

 

Antonio Olivio