Arthur Silva

Vovô querido

Em santa cruz Cabrália, entre o mar e o sertão, viveu um homem de ouro, raiz do coração. Chamava se Emílio, mas para mim era o meu porto seguro, meu herói, meu farol nos temporais.

Sentado tranquilo, o mundo podia girar, mas era no teu silêncio que eu queria estar. Na pele marcada, histórias sem fim, e em cada ruga, um pedaço de mim.

Com sandálias simples e calção colorido, ele trazia o amor num gesto contido. Falava pouco, mas dizia demais, como só os sábios dos tempos ancestrais.

Vovô, meu tudo, meu chão e meu guia, teu nome ecoa na alma todo dia. E mesmo que o tempo nos queira afastar, você vive em mim e com certeza sempre irá morar.