A pobreza vai aumentando,
Sem que a maioria que a compõe perceba,
Diminui o leito, as margens do rio
Que agora corre sujo
Em direção ao mar
Mesmo construídos de tijolos
(ainda existem os de madeira)
Barracos se inclinam
Em ângulos próximos da queda
Nesses diques miseráveis
Muitas vidas nascem sem planejamento
Em uma estrada sem pedra nem cimento
Dez filhos que não foram pensados,
Com os pés despidos, com os corpos nus,
Correm de um lado para outro
Sem destino nenhum.