Ivam De melo Regis

Filhos sem Destino

A pobreza vai aumentando,
Sem que a maioria que a compõe perceba,
Diminui o leito, as margens do rio
Que agora corre sujo
Em direção ao mar
Mesmo construídos de tijolos 
(ainda existem os de madeira)
Barracos se inclinam 
Em ângulos próximos da queda
Nesses diques miseráveis 
Muitas vidas nascem sem planejamento 
Em uma estrada sem pedra nem cimento 
Dez filhos que não foram pensados,
Com os pés despidos, com os corpos nus,
Correm de um lado para outro
Sem destino nenhum.