É divino ouvir o som que acalma o mar interno.
Tudo aquilo que parece um desempenho
digno de nada menos que a combinação do meu com o seu.
A canção cheia de ritmo
feita pra quem dança e escuta.
Tem muito da alma de quem canta,
desencanta o traço fechado de dentro.
Estou me recordando dos passeios de ônibus
enquanto pirava no meu som,
quase estourando os tímpanos.
Das vezes que fui pra outra cidade,
passeio fútil no shopping,
andava pra cá e pra lá.
Sem pai nem mãe por perto.
Só sei que o tempo passou,
a vaidade não fez morada,
desisti de me encantar.
Achei que isso se calou na correria dos dias.
Por mais que mil borboletas me rodeiem
eu viverei contra a dança
abandonada pelo medo da atualidade.
Custa pouco
pra que as performances da vida me encantem de novo.
Ela está por chegar.
Em um perambular por aí,
custa a coragem do corpo cheio de alma e voracidade.
O fone já está presente.
É bom abandonar os velhos e seguir
No ritmo da música a alma
Que passa e toca em mim.
Yolanda Pereira