Prefiro o falso brilho das tuas estrelas
a enfrentar um céu vazio.
A mentira me embala, macia,
enquanto a verdade me rouba o frio abrigo do sono.
Agarro mentiras de linho,
renuncio às verdades de lâmina.
A realidade nua é feia,
e, crua, amarga na boca.
Viver na mentira é dançar na beira do abismo:
um passo em falso, e o chão desaparece.
E quem me espera lá embaixo?
A verdade.
Fria, rígida, imutável.
Não ampara, não consola.
Apenas me espera, paciente,
como sempre fez.