A vida não para
Em tudo
Vejo movimento
Pessoas
Vozes
Sons
Penso que
Vivo em outra velocidade
É o meu fardo
Enxergar tudo diferente
Ser o ponto de observação
Certamente
É um fardo
Perceber
Pessoas
Vozes
Sons
Todo o tempo
Onde a minha voz
Eu não percebo
Meus sons não escuto
E meu ser
Não vejo
Pelo menos não aqui
Nem ali
Na verdade
Em nenhum lugar
A não ser em minha mente
Creio que esse seja o fardo de uma alma solitária
Fadada a perceber tudo ao seu entorno
E não a si própria.
Ter que se limitar
A ser a si mesmo
A rir sem medo
A falar sem medo
A ser feliz sem medo
Certamente
É um fardo.
Esta é a confissão
De uma alma
Uma alma que não tem ninguém
A não ser as estrelas.