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O poeta e o louco

Alguns o chamam de louco

É pouco

Mas no fim todos sabem: ele é o mais são nesse mundo de mortes e roubos

Enxerga o arco-íris de 8 cores

Não o preto e branco

Que vemos no céu

E não promete amores ou flores

Apenas dores

E o cinza toma conta da mente do poeta

Deu alta no hospício

Então, curado o poeta grita: mas que merda

E a esses autores

Digo: nós poetas não vivemos de rumores

Nossas letras são graves

Ouçam de longe o som dos tremores

 

Sim, sou poeta: narrador de amores, histórias e dores

Não narro histórias fundadas em rumores

Ondas leves como flores vêm e voltam trazendo sonhos e dores

Ou flores

Que deixam seu cheiro mesmo após a morte

Até em Marte elas dão cores

Doces são os chocolates, não os amores

O poeta é um ídolo

Descreve dores

Mas ele escreve o que vive

Escreve dores em palavras indolores

 

Louco...

Só mais um louco...

Estranho pensador

Poeta, profeta do amor

Caminha em praias de pedras

Cacos de sangue em sua pele de vidro

Sua mente de tanto falar até travou

E não duvida

Que vão atear fogo

Jogá-lo ao mar

E apagar a sua vida

Louco...

Mais um louco...

 

O poeta no seu dia ruim

É um louco também

Querendo atear fogo

No coração de algum alguém

Às vezes diabéticos os versos

Tanto amor doce que tem

Diz que pensa seu versos

Até morto ou no sono rem

 

O louco fala que ele tem um mundo só seu

Que vê tudo que vai acontecer ou que já aconteceu

E do seu velório até mesmo os outros mortos esqueceram

Fui preso no caixão

Quem matou esse louco fui...

 

Louco...

O último louco...

Estranho pensador

Poeta, profeta do amor

Seja o que for

Atearam fogo

Seu caixão se cremou

O louco que atearam fogo e mataram voltou do caixão

Porque o louco é como uma flor esmagada nas suas próprias...

Louco...

Ele era louco...

Louco...

Só mais um louco