Quero partir essa pedra,
quebrar o ciclo, rasgar o nó.
Minhas mãos tremem, desarmadas,
meus dedos inexistem, frágeis, tão só.
O estômago retorce em agonia,
um peso antigo, insuportável,
eu corto minha própria língua,
mas o silêncio é inquebrável.
Não posso dizer, não posso findar.
Isso me nutre, isso me corrói.
Nem avançar, nem recuar.
Fico suspenso entre o que fui e o que dói.
E agora, o que fazer?
Cortar a corda que me prende ao agora?
Ou aprender, mesmo sem saber,
a suportar essa ferida?
Não consigo parar.
Não consigo permanecer.
Mas ainda respiro, será que basta
para, um dia, renascer?