Victor Severo

Pela glória que não se realizou...

Pare de sonhar.

Escrever não faz sentido.

Teu poema é de um pobre sonhador.

Um penetra, um reles desconhecido.

Que mastiga lentamente a própria dor.

 

Pare de esperar.

Ser por alguém percebido.

O poeta nunca passará de um tolo.

A viver nesse mundo distorcido.

Com palavras que só servem de consolo.

 

Pare de gritar.

Sem ser ouvido.

Por aquela que há muito te deixou.

Tanto faz se tu tivesses morrido.

Para aquela que a face lhe virou.

 

Pare de rimar.

Versos sofridos.

És Incapaz de vencer esse terror.

Não importa o quanto tenhas sofrido.

Tu jamais suplantarás esse rancor.

 

Pare de lutar.

Já estais vencido.

Derrotado pela guerra que travou.

Mendigando ser um dia recebido.

Pela glória que tanto idealizou.