Victória Bianca

Exílio

 

Me pergunto,

Se noutro mundo —

Que não a Terra, onde há guerra e carnaval

 

E noutra vida —

Que não esta, pouca, pobre, de pressa —

 

Meus sonhos, ingênuos, imensos, infantis e impossíveis,

Que não valem nada...

Tocariam no chão, sem perder as asas

Voariam no céu, sem perder as pernas

 

E minha triste carne 

Seriam então enifm tua face, poeta...

Teu olhar e tua voz animal 

Desnuda, descoberta, 

Imoral e eterna!

 

Perante um sol, que não da Terra

Perante a Deus, que não dos homens

 

E rogo

 

O que fazer —

Com este profundo cansaço?

Que não tem descanso.

Com esta antiga saudade?

Que não tem retrato.

 

Contigo?

Que procuro tanto.

Comigo?

Há muito exilado.