Se o silêncio surgir devagar em mim,
como quem deseja reviver o universo,
que fique quieto —
pois assim, o coração fala mais.
E eu escuto, com a pele,
gentilmente.
De olhos fechados, alma aberta.
O mundo grita, ruge,
mas entre nós... os lábios padecem.
Seus gestos escrevem poemas
com vozes que não se alcançam.
Se me tocas — mesmo que breve —
é o tempo que se senta ao nosso lado
e nos observa com carinho.
Pára o tempo,
porque suas mãos são minhas,
e o coração entende tudo
sem que a minha boca diga nada.
É entre o beijo e o silêncio
que eu habito.
E mesmo longe,
carrego tua ausência no peito
como quem escuta
o que nunca foi dito.
E, nesse silêncio sagrado,
seremos para sempre.
24 abr 2025 (14:16)