Nelson de Medeiros

SONETO DA DÚVIDA ETERNA

SONETO DA DÚVIDA ETERNA

 

Queres saber de mim... Que faço agora,

Onde estou e se penso em ti, também;

Dos versos meus, me indagas donde vêm;

Se deste instante ou d!um instante d!outrora!

 

Na dúvida, que dentro d!alma aflora,

Te perguntas – bem sei - Serão pra quem?

-Terá o amor do bardo outra refém?

Que sofrimento a mente te assenhora!

 

Por que sofres assim inutilmente?

As memórias que trago em minha mente

Serão tuas, hoje, agora e em qualquer dia!

 

Pois que são, embora nossa distância,

Cá dentro de minh\'alma com constância,

Doces lembranças de tua companhia!