No para-brisa
Do carro empoeirado,
Velho e esquecido no tempo,
Parado em uma rua esquecida
pelo retrocesso,
Está escrito: Fulano ama fulana.
Alguém parecido com a ferrugem
Jamais esquece
De fazer o seu trabalho
Continua com as velhas ideias atrasadas
Corroendo quem deseja
Pensar novos caminhos
Mas fulano e fulana
Não devem crer
(a liberdade pertence
ao que raciocina)
Que para ser feliz
É indispensável ser pai,
Ser mãe, ter filhos
Muitas vezes por acaso
Sem finalidade
Sem ter condições
Nesta concepção,
Permeiam as dificuldades
Para uma vida farta
Para uma vida melhor
Na contracepção, no entanto, no contraceptivo,
Na contramão, está a matemática,
Os cálculos, os planos.