Sezar Kosta

A CEIA DO AMOR SINCERO

Façamos, neste tempo de Páscoa, uma ceia diferente.
Um banquete de almas, não de pratos —
um brinde de sinceridade,
um encontro à mesa do afeto.

 

Que tal partilharmos o pão da verdade?
Não inteiro — pois a verdade, quando inteira, às vezes fere.
Vamos reparti-la em pedaços pequenos,
oferecendo a cada um que amamos
um naco doce e honesto,
desses que o coração mastiga devagar.
Será este o corpo da dádiva sincera.

 

Depois, tomemos um gole do vinho da honestidade.
Não esperem um vinho suave:
ele é seco, encorpado,
mas feito da uva nobre da coragem.
Ao sorvê-lo, sentiremos seu ardor.
Esse será o sangue que renovará nossas veias,
que nos fará viver com mais verdade.

 

E para adoçar o espírito, sirvamos a sobremesa do perdão,
com recheio de desculpas sinceras.
É um sabor raro,
que só quem ama de verdade consegue preparar —
e saborear.

 

Nesta ceia de alma,
brindemos à coragem de sermos verdadeiros,
à leveza de perdoar,
e ao milagre diário de amar com inteireza.

 

Feliz Páscoa. Que esta renovação seja eterna.