Eu, um membro da Sociedade dos Poetas Mortos,
declaro guerra a essa falta de senso.
Me embrulha o estômago a falta do ser intenso
nesse mundo quadrado e sem sentimentos.
Intervenho com uma poesia de cor,
não me arrependo em recitar o amor,
que é vermelho vivo,
gritante e, com certeza, muito ridículo.
Pois é tudo, menos passivo;
desejo um mundo lírico,
para os apaixonados, inofensivo,
mais vivido e exuberante,
escrito, ouvido e, da melhor forma, pincelado.
De fato, muito bem esculpido
e poeticamente arquitetado.
Só alguns olhos podem observá-lo,
pois é minimamente notado
e gentilmente apreciado.
Nós, os poetas mortos,
adoramos respirá-lo,
sem preocupações, bem afogados.
Do que morremos?
De recitá-lo.