Da manhã cansada, arranco forças para enfrentar meus pesadelos na busca pelos sonhos que cultivo acordado.
Procuro significado em cada ato, em cada ação, tentando dar sentido a essa maluquice que é viver. Minha mente, incessante, desejou por tanto tempo a ignorância que parece iluminar aqueles que vivem sem preocupações. Agora, ela ferve como a água na chaleira que preparei para um café aromático e amargo, capaz de adoçar, os dias mais obscuros da vida.
Transformo os transtornos causados pelos meus erros em possibilidades de fazer melhor, mas ainda me saboto. Não perdoo minhas falhas, e, assim, me empurro ao limbo... Mas, lá no fundo, algo ressurge: uma vontade insaciável de mudança.
Enxergo, no reflexo turvo do café, o rosto de alguém que ainda pode ser melhor. E, mesmo tropeçando em mim mesmo, levanto com a certeza de que cada queda é um passo a mais rumo à evolução. Afinal, a força que procuro não vem de fora, ela está aqui, aguardando que eu a descubra e transforme meu caos em crescimento.