silenciosa, a folha se despe do galho
como quem compreende o fim dos dias
e aduba a terra em derradeira prece
ela se faz pó pra ver rebrotar raízes
tenras, e que espreguiçam o seu verde
como se o outono parisse a primavera
não há lamento no ciclo de abandono
apenas mistério cobrindo o se deixar ir
pra depois voltar, e novamente partir
talvez sua cruz seja o ramo que cede
se há dor, não se conhece o sofrimento
só o aroma de fé, espalhado no vento
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 17/04/25 --