o amor, deixado à esquerda,
não houve choro, não houve grito —
apenas escorreu em silêncio,
e ninguém notou mais.
antes, o riso vivia
em todos os cantos da sala.
hoje,
como se as paredes tivessem esticado o barulho
que até o eco se recusar a retornar.
quando o vento foi mantido,
eu mantive minha promessa —
não por fraqueza, mas por fé.
e foi nessa crença que eu me perdi.
a ausência que tenho
não é apenas um espaço —
é o grito abafado
que vive lento
dentro de mim.
aprendi que o oposto do amor
não é o ódio —
é o silêncio,
aquele que fica
quando ninguém mais chama teu nome com gentileza.
e o que sou hoje, não é mais o que já fomos.
é uma ferida, e ainda assim,
um vazio descritível.
17 abr 2025 (12:16)