No anfiteatro do ego
Fitamos o nosso eu feito Narcisos...
Somos muitos, então, criamos monstros
Nada modestos, pouco concisos.
Como meus semelhantes são podres...
Tanto entendimento bruto, pouca humanidade líquida.
Eu queria ser eremita, matagais na alma
Para escapar da sociedade iníquida!
Que vergonha de ver a crueldade de hiena
A teimar e insistir no \"eu\" com um aspecto indômito.
Mas sem eixo moral, sobram restos, carniças
E os beijos vêm prenhes de vômito.
Necropolíticas operando as máquinas do mundo
E dinheiro a calar ideais, afinal...
Se um dia os sonhos foram uma causa,
A realidade oferece agora só ruína social...