traço em dourado a curva da ausência
no dorso da nuvem que pego distraída
dormindo cedo, pra sonhar em branco
pinto o silêncio por sobre os telhados
na casinha de campo, no meio do nada
acendo, na vidraça, o beijo de criança
risco um infinito véu sobre os abismos
alumio as cores do vulto de fantasmas
aplico os rimeis nos cílios de mistérios
retoco de brilho a água que se acorda
e deixo fios de prata entre as pedras:
promessas de arte pra cumprir depois
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 15/04/25 --