Havia em meu peito um peso constante,
Uma melancolia densa, sufocante
E os anjos sussurravam, doces e gentis,
Enquanto os demônios riam, astutos e sutis.
Eu andava por campos de névoa sombria,
Mas trajava na face uma ousada alegria
A cada risada, uma máscara surgia,
Um disfarce audaz, que a dor escondia.
Os anjos cantavam em tons de lamento,
Como se quisessem roubar o tormento
Mas os demônios, dançavam tão provocadores,
Guardando segredos dos antigos temores
Na noite profunda, onde as estrelas choram,
Meu coração clama, os ecos demoram … ah, os ecos!
E entre a luz intangível e a sombra devastadora,
A minha alma encontra um eterno impasse de paz
Pois, o que sou eu senão este contraste?
Entre risos que ferem e sonhos com haste?
Uma dança eterna entre luz e escuridão,
Presa à ousadia de uma trágica ilusão…