Ajudais-me a, de vossos cavalos selados,
Ser um: cego e indefeso com rédias de lado.
Submisso à pena, leve ou forte, do chicote
A estalar abafado sob o som do trote.
Não permitais, jamais, que eu seja extraviado
Como fardo solto envolto em grave pecado
A se afastar de vós. Ao contrário, em mim, brote
Tamanho temor do qual terror não desbote.
Concedei-me sentir a luz da vossa palma
Inebriar meu ser, pois, em súplicas, agravo
Meu eterno desejo em viver vossa calma.
Dignai-vos, ó Pai, aceitar um mero escravo
Pela suma necessidade de minh\'alma
Ávida em tirar, dos próprios olhos, o cravo.