Ultracrepidário

Caronte

A névoa fria que escorre pelo horizonte
Condensa na taboa que cobre o brejo interminável.

Lá vaga Caronte,
Com teu corpo magro;
Com tua barca velha;
Com teu leme sujo,
Arrastando a água verde.

Coaxos...
Chirrios...
Estrídulos...

Parece exílio.
Prisão tediosa.
Eterno labor.

Mas aspira o ar gélido o barqueiro,
Que dança estático sobre a paina.
Poupando o peito;
Lavando o crânio.

Sorria ao Brejo.