silêncio da solidão
não é uma falta de ruído —
algo que está além de mim.
é quando todos os cantos da casa
falam meu nome em voz baixa.
o vento também parece ocupado,
e há dias em que o sol se esquece de passar pela janela.
fico lá, e resfriando está a minha mão,
e lembro-me como se
se tivessem amado apressadamente.
a cadeira vazia na minha frente
está mais presente do que eu.
o relógio continua atrasando os ponteiros;
como se houvesse um lugar melhor para perder tempo.
a solidão não está escrita, mas ela sussurra que dói,
está na maneira como às vezes acredito nisso.
A solidão diz que ninguém está sentindo minha falta,
meu abraço está faltando apenas para mim.
e eu, a tontura do silêncio, eu quase concordo,
mais, em seguida, vem a mim, a menos de um instante,
uma pergunta: Será que ainda tem um poema nesse vazio?
14 abr 2025 (10:43)