Alma Perdida

Grãos de Areia

A chuva cerca a floresta.

A escuridão preenche esta.

Esse conforto voraz.

Daquilo que se desfaz.

 

Pego um punhado de areia,

E sinto tudo percorrer minha veia.

Eu observo os grãos quebrados,

E mantenho meus olhos fechados.

 

Pouco dura o que dura pra sempre.

Eu pisco e já está lá na frente.

Os grãos voam e não resistem.

Quando os ponteiros do relógio persistem.

 

Grãos caem, o mundo gira.

O relógio passa, o tempo vira.

Demarca do universo sua finitude.

Onde está a sua amplitude?

 

Eu pisco, ela me abraça.

Eu pisco, ele me beija.

Eu pisco, você sorri.

Eu pisco, você não está mais aqui.