Pacificador

LÁGRIMAS DA MATURIDADE

Sempre me considerei alguém muito complicado

Gosto de tudo certinho, muito bem explicado

No colégio, de todos os alunos, era o mais aplicado

Mas, com o tempo, tudo perdeu o significado

 

Tudo que eu acreditava já não faz mais sentido

Atravesso fronteiras na busca do elo perdido 

E se me perguntam quem sou, sou um pobre mendigo

Recolhendo as migalhas de um passado esquecido

 

Entendi o viés da insanidade quando me olhei no espelho

Me arrependo por não ouvir e por não seguir o teu conselho

Fui rebelde sim, mas tudo acontece por uma razão

Ainda que custe uma vida inteira de mágoa e decepção

 

Arranque de mim esta culpa e depois me abandone

Fuja depressa antes que o nosso castelo se desmorone

É o preço que se paga por não se render à mediocridade

Quanto a mim, restaram apenas as lágrimas da maturidade