Sou eu quem dança no ar,
Nos lábios que ousam falar,
Sou o vento que sopra em versos,
Ou trovão que espalha , perverso.
Sou ponte que une e separa,
Que em doces sussurros dispara,
Do amor sou cúmplice fiel,
Mas no ódio também sou cruel.
Sou rima que encanta a canção,
Faísca que acende a razão,
Sou o choro, a risada, o encanto,
Nos livros, sou história e espanto.
Sou o fio que tece um perdão,
Ou a lâmina que corta a união.
Sou o peso de um juramento,
Ou a leve brisa de um momento.
Nos teus lábios, vivo a dançar,
Milhares de mim a pronunciar.
Quem sou eu, afinal, que assim te renova?
Sou a palavra , e em mim,
o mundo se molda.