Ses longs cheveux épars la couvrent tout entière.
La croix de son collier repose dans sa main,
Comme pour témaigner qu’elle a fait sa prière,
Et qu’elle va la faire en s’éveiliant demain.
—Alfred de Musset
Em bela uma tarde amena
Observava a minha amada,
Com seus olhinhos fechados
Pelo vespertino sono embalada.
Sobre seu leito, lânguida,
Tinha os cabelos soltos, tão bela,
Adormecida profundamente
Em seus sonhos de donzela.
Estava coberta por brancos
Finos lençóis de cetim,
Neles havia uma marca rubra,
O batom de seus lábios carmim.
Sua pele alva como mármore,
Era um quadro celestial,
Era uma verdadeira musa,
Uma preciosa imagem divinal.
No leito era como uma flor
Que sem força inclina ao chão,
Era uma singela rosa fatigada
Que me comovia o coração.
A mão levemente repousava
Sobre o seu coberto seio,
Tinha serenidade na face,
E eu, o peito de paixão cheio.
Era a minha doce amada
Em seu sono adormecida,
Suspirando tão suavemente
Era minha amada, minha vida!