Sou Eu
No ventre do tempo me deixo nascer,
sou flor que despetala sem se perder.
Sou vento que embala sem aprisionar,
sou brisa que vem só pra sussurrar.
Sou pele que sente além do que vê,
sou alma vestida de amanhecer.
Sou passo pequeno com força de mar,
sou canto sereno que vem repousar.
Sou lágrima doce, sou riso também,
sou ciclo que gira e volta ao além.
Sou casa sem porta, sou chão e luar,
sou tudo que ama sem precisar.
Sou fogo que aquece, não queima a mão,
sou dança no escuro, sou intuição.
Sou o mistério de simplesmente ser,
sou voz que escolhe se pertencer.
Me acolho inteira no meu coração,
sou ventre de mundos, sou criação.
Não peço respostas, sou a direção:
sou eu. Em paz. Em expansão.