Sou um filho, mas mal vejo o brilho
Do sorriso que deveria ser meu abrigo.
Com preguiça, deixo o dever de lado,
E o que deveria ser leve se torna pesado.
Sou um irmão, mas cuido mal de mim,
Brado e grito, sem atenção ao fim.
Com raiva e desdém, sou uma tempestade,
Mas minha presença não traz felicidade.
Sou um amigo, mas o tempo escapa,
Nos momentos juntos, sinto-me em falta.
Às vezes me pergunto, sem ter respostas claras,
Se meu lugar é realmente nas suas caras.
A responsabilidade financeira pesa em mãos fracas,
Gasto impulsivo, cada centavo se desfaz em fracas.
Sem saber economizar, vejo os números fugir,
E me pergunto se algum dia vou conseguir.
A rotina diária é um turbilhão vazio,
Onde não presto atenção no que deveria estar frio.
Valorizo pouco o conhecimento dado,
E me pergunto se o futuro será perdoado.
Com tudo isso, mereço ainda estar vivo?
Foi isso que me tornei, um enigma passivo?
Mereço cada sorriso, cada apoio que tenho?
Ou a felicidade é um sonho que eu mantenho?
Será que mereço a paz e o alívio da vida,
Ou sou apenas uma sombra, uma jornada perdida?
Entre erros e incertezas, busco respostas em vão,
E a vida se desdobra em uma eterna questão.
No silêncio da dúvida, o eco é frio e vasto,
Cada escolha, um mistério; cada dia, um fardo.
E talvez, no fim, o merecimento seja um enigma,
Onde a felicidade é uma quimera, uma eterna bruma.