Pedro Felipe

Responsabilidades

Sou um filho, mas mal vejo o brilho

Do sorriso que deveria ser meu abrigo.

Com preguiça, deixo o dever de lado,

E o que deveria ser leve se torna pesado.

 

Sou um irmão, mas cuido mal de mim,

Brado e grito, sem atenção ao fim.

Com raiva e desdém, sou uma tempestade,

Mas minha presença não traz felicidade.

 

Sou um amigo, mas o tempo escapa,

Nos momentos juntos, sinto-me em falta.

Às vezes me pergunto, sem ter respostas claras,

Se meu lugar é realmente nas suas caras.

 

A responsabilidade financeira pesa em mãos fracas,

Gasto impulsivo, cada centavo se desfaz em fracas.

Sem saber economizar, vejo os números fugir,

E me pergunto se algum dia vou conseguir.

 

A rotina diária é um turbilhão vazio,

Onde não presto atenção no que deveria estar frio.

Valorizo pouco o conhecimento dado,

E me pergunto se o futuro será perdoado.

 

Com tudo isso, mereço ainda estar vivo?

Foi isso que me tornei, um enigma passivo?

Mereço cada sorriso, cada apoio que tenho?

Ou a felicidade é um sonho que eu mantenho?

 

Será que mereço a paz e o alívio da vida,

Ou sou apenas uma sombra, uma jornada perdida?

Entre erros e incertezas, busco respostas em vão,

E a vida se desdobra em uma eterna questão.

 

No silêncio da dúvida, o eco é frio e vasto,

Cada escolha, um mistério; cada dia, um fardo.

E talvez, no fim, o merecimento seja um enigma,

Onde a felicidade é uma quimera, uma eterna bruma.