Havia um certo homem
Correto.
Mas que nunca se sentia
Completo.
Pois tudo o que fazia
Dava errado.
E tudo o que queria
Lhe era negado.
Tudo o que construía
Era quebrado.
E nada o que dizia
Valia.
Um tostão furado
Coitado...
Também, havia um homem
Aceito.
Que tudo o que fazia
Era perfeito
Tudo o que dizia
Era acatado.
Que sobre todos tinha
Direito.
Por todos era muito
Temido
Por todos respeitado
Amado.
Por um amor fingido
Coitado...
Viviam os dois cingidos
Atados.
Vagando distraídos
Fingiam.
Que não se conheciam
Seguiam.
O tal homem correto
Errado.
O tal homem aceito
Frustrado.
Vivendo sem proveito
Coitados...