Olhei para as aquelas minhas palavras sem nexo escritas no papel que criei e disse:
Que me importa que não sejam verdades em si, perfeitas?
A única coisa que importa é que eu chore minhas mil lágrimas vazias.
E que eu volte a mim mesmo em mais um dia, como quem novamente retoma a sua caverna.
Tudo o que importa é o que tudo isso representa para mim:
Desgraças de fúrias e êxtases de um amor que nunca existirá.
E então aceitei tal absurdo e me joguei, de uma vez só, nesta absurda ignorância, como quem se joga de peito num mar de pedras.
E vi a desgraça no simples, e quando se descobre o belo na simplicidade, e então que se enxerga o horrendo em si mesmo.
E desejei, desde então, a loucura humana para saciar minha sede e comecei a perguntar: por onde andam as bestas esquecidas do Éden, aquelas que sonhavam com a queda antes mesmo da maçã?
E comecei a cultivar espinhos que me doíam a alma — espinhos que me doíam o coração, como quem sofre por amor e se vicia na solidão.