Tainá Lopes

Sem roteiro, só corpo.

Ele e eu — o proibido que deu jogo,

um pouco de química, e pronto: fogo.

Não tem essa de cena perfeita,

qualquer canto serve, se a vontade aceita.

 

Olhar bateu, corpo chamou,

em dois segundos já detonou.

Porta do carro, beco, parede,

sexo acontece onde a gente cede.

 

Sem promessa, sem flor, sem história,

só suor, pegada e memória.

É carne pedindo, mente travada,

e a gente se perde na primeira risada.

 

O errado ficou bom, quem diria,

basta o tesão e a sintonia.

Não precisa luxo, nem lençol branco,

só o calor certo no momento franco.

 

Então é isso: sem script, sem tédio,

só desejo cru, sem remédio.

Ele e eu, na pressa, no clima,

fazendo do mundo uma cama clandestina.