Ele e eu — o proibido que deu jogo,
um pouco de química, e pronto: fogo.
Não tem essa de cena perfeita,
qualquer canto serve, se a vontade aceita.
Olhar bateu, corpo chamou,
em dois segundos já detonou.
Porta do carro, beco, parede,
sexo acontece onde a gente cede.
Sem promessa, sem flor, sem história,
só suor, pegada e memória.
É carne pedindo, mente travada,
e a gente se perde na primeira risada.
O errado ficou bom, quem diria,
basta o tesão e a sintonia.
Não precisa luxo, nem lençol branco,
só o calor certo no momento franco.
Então é isso: sem script, sem tédio,
só desejo cru, sem remédio.
Ele e eu, na pressa, no clima,
fazendo do mundo uma cama clandestina.