Amor,
não te escrevo com versos fáceis,
mas com o suor da alma,
com o peso de um desejo
que transborda em mim
e teme afogar-te.
Quisera eu ser o poeta das flores,
das noites claras e serenas,
mas sou o amante que tropeça
nas palavras gastas,
com mãos que carregam
mais feridas do que promessas.
Em ti, busco um eco,
uma resposta, um abrigo,
mas em mim há apenas um coração
que canta e chora,
que se dobra e se ergue,
sempre ao som do teu nome.
E quando a noite silencia,
quedo-me na sinceridade da minha febre:
Perdoa-me por te desejar tanto,
por ser tão humano, tão imperfeito,
e ainda assim, tão teu.