Nos olhos que veem o mundo,
a simplicidade não é um segredo,
é um murmúrio antigo,
como o som do vento entre as folhas,
um pedaço de silêncio que nos abraça.
Mas contigo,
o silêncio fala.
Cada gesto tem raízes,
e o grão de areia
carrega o peso do oceano.
O tempo, tão apressado,
aprendeu a esperar.
Agora ele caminha descalço,
como quem sente cada pedra do caminho,
como quem sabe que não há nada
além de um olhar.
No esquecimento de um café,
no sorriso que brota
sem ser chamado,
nas mãos que se encontram
sem destino,
há uma verdade que o mundo não entende,
mas que é só nossa.
Nosso amor é um campo aberto,
tão vasto quanto o céu,
tão simples quanto o vento
que dança entre as árvores.
Não é perfeito,
mas é na imperfeição que mora a graça.
É naquilo que parece nada
que está tudo.
E quando o silêncio nos envolve,
quando o mundo se dissolve em nós,
descubro que, na eternidade das pequenas coisas,
vive o infinito.