COVARDIA
Tu confundes sacrifício com covardia
Eu confundo amor com loucura, com coragem
Tu me avisaste que não tinha escolha
Que não adiantaria nos iludirmos
Mentiu!
Fez o melhor o que podia, Será que fez?
O que normalmente os fracos fazem:
A fuga!
Pediu licença, agradeceu os presentes que lhe dei
Confiou que a vida logo o entenderia
E cederia
Engoliu e sufocou uma palavra para conseguir dormir
Me iludiu!
Não serei vizinho do teu sobrenome
Seus nomes esperam um único nome que ficou para trás
Você não desencarnou. Não se reencarnou
Abandonou sua carne estagnada nas leituras
Vai me continuar sem saber
Fugiu!
Tu foste e és covarde
Assim como sua ternura pálida
Teu medo de tudo
Tua polidez e teu jeito constrangido de ser
De não se mostrar, de não se permitir a absolutamente nada
Nem ao teu próprio eu
Fingiu!
De uma coisa eu tenho certeza, você não aprendeu a mentir
Tampouco dizer a verdade
O dia está escuro e não levarei luz ao teu lado
O dia está lento e não haverá movimento nas ruas
Tu não revidaste nenhum dos meus questionamentos
Nem justificou
Não revidará mais esse
Doentio!
Tu foste a mais bela covardia da minha vida
A mais comovida, a mais sincera
A mais dolorida
O que mais me atormenta é que sou capaz de amar a tua covardia
Foi o que ainda restou de você em mim...
Vlad Paganini
‘Covardia é esconder o teu medo de viver
Medo de olhar dentro do outro olhar
Medo de amar
Medo de se dar
Fraqueza até mesmo de sobreviver’
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