Vlad Paganini

COVARDIA

COVARDIA

 

Tu confundes sacrifício com covardia

Eu confundo amor com loucura, com coragem

Tu me avisaste que não tinha escolha

Que não adiantaria nos iludirmos

Mentiu!

 

Fez o melhor o que podia, Será que fez?

O que normalmente os fracos fazem:

A fuga!

 

Pediu licença, agradeceu os presentes que lhe dei

Confiou que a vida logo o entenderia

E cederia

Engoliu e sufocou uma palavra para conseguir dormir

Me iludiu!

 

Não serei vizinho do teu sobrenome

Seus nomes esperam um único nome que ficou para trás

Você não desencarnou. Não se reencarnou

Abandonou sua carne estagnada nas leituras

Vai me continuar sem saber

Fugiu!

 

Tu foste e és covarde

Assim como sua ternura pálida

Teu medo de tudo

Tua polidez e teu jeito constrangido de ser

De não se mostrar, de não se permitir a absolutamente nada

Nem ao teu próprio eu

Fingiu!

 

De uma coisa eu tenho certeza, você não aprendeu a mentir

Tampouco dizer a verdade

O dia está escuro e não levarei luz ao teu lado

O dia está lento e não haverá movimento nas ruas

 

Tu não revidaste nenhum dos meus questionamentos

Nem justificou

Não revidará mais esse

Doentio!

 

Tu foste a mais bela covardia da minha vida

A mais comovida, a mais sincera

A mais dolorida

O que mais me atormenta é que sou capaz de amar a tua covardia

Foi o que ainda restou de você em mim...

 

Vlad Paganini

 

‘Covardia é esconder o teu medo de viver

Medo de olhar dentro do outro olhar

Medo de amar

Medo de se dar

Fraqueza até mesmo de sobreviver’

 

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