TainĂ¡ Lopes

Reencontro de si

 

A madrugada me acolhe em silêncio,

as estrelas piscam, sabem de mim.

Escrevo na brisa um novo começo,

deixo o passado partir, enfim.

 

Cada palavra desenha um caminho,

entre os versos, começo a me ver.

Percebo que nunca estive sozinha,

sempre houve um sol a renascer.

 

Se ela voltar, estarei sorrindo,

mas se não vier, sigo a cantar.

A vida é um rio que segue fluindo,

e eu aprendi a me encontrar.

 

O tempo me ensina a dançar com o vento,

abraço o instante sem medo de ir.

Pois mesmo que tudo se perca no tempo,

há sempre um motivo para existir.

 

E quando a aurora tocar minha pele,

levando a noite para outro lugar,

saberei que em mim algo floresce,

e nada no mundo pode me parar.