joaquim cesario de mello

A LINGUAGEM ONÍRICA DA ALMA

 

Ainda é cedo para acordar do sonho

pois aqui onde a realidade não me alcança

minhas lembranças bailam misturadas

ao som desafinado de uma sinfonia calada

 

Da lixeira das sobras do cotidiano

retiro um amontoado de imagens

com as quais pavimento estradas

a me levar ao interior inominado de mim

 

Aqui dentro sou outro sendo o mesmo

sou o dono do castelo embora não more nele

sou um pássaro sem asas a voar desvairado

no policromado céu da fantasia e da imaginação

 

Aqui dentro sou guerreiro invencível

salvando Dulcineias encarceiradas

sou explorador de espaços siderais

o mais hercúleo de todos os Hércules

 

Não importa se o sonho é uma invenção da alma

o que importa é que ele aconteceu ao clarear

do escuro mais íntimo que há aqui em mim